sexta-feira, 3 de abril de 2009

Globalização, Religiões e Igreja

Transcrevo abaixo parte de uma texto escrito pelo padre espanhol Francisco Faus em 2004. O texto, escrito por um respeitado sacerdote ligado à Opus Dei e autor de vários livros pela Editora Quadrante, é destinado a palestras para seminaristas. Nele, Francisco Faus, com base em conferência proferida pelo padre Michel Schooyans em 2000, faz um alerta sobre a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) contra as religiões, especialmente o Catolicismo.

Eu já tinha lido as mesmas idéias em artigos de Olavo de Carvalho. Francisco Faus corrobora o que ele diz: a ONU quer implantar uma espécie de religião mundial, fundada sobre a geléia geral que conhecemos como Nova Era.

Para ler o artigo completo, clique aqui. Na verdade, apenas excluí a introdução, que trata do filme Paixão de Cristo, de Mel Gibson (lançado no mesmo ano em que o texto foi escrito e que, como lembramos, foi esculhambado por todos os esquerdistas do mundo).

Abaixo, o trecho que selecionei.

2. O globalismo e a religião

2.1 Até agora, a ONU e os organismos internacionais só se referiam à religião para falar do respeito devido ao princípio de liberdade religiosa, que figura como um dos "direitos fundamentais" na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. De uns decênios para cá, este ângulo está mudando substancialmente, e a religião passa a ser vista como uma "preocupação", um "perigo", tanto pela a ONU como pelos organismos a ela ligados.

2.2 É interessante conhecer, neste sentido, a conferência pronunciada no ano 2000 pelo Pe. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia das Ciências Sociais e Consultor do Pontifício Conselho para a Família, como parte de um Colóquio sobre a Globalização, promovido no Vaticano pelo Pontifício Conselho para a Família, de 27 a 29 de novembro de 2000. Um resumo da conferência foi publicado no n. 469 (Junho 2001), págs. 277 a 286, da revista Pergunte e Responderemos (www.osb.org.br).

2.3 O autor denuncia a ONU pelo seu projeto de globalização, que pretende chegar a instaurar, num futuro próximo, um Super-Estado com seu governo mundial e suas leis. Estas, ao invés de seguir os princípios da lei natural (pressupostos tacitamente na Declaração dos Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1948), se baseariam exclusivamente na vontade dos legisladores, no simples e mero consenso, sem nenhum princípio moral básico inviolável, que possa servir de fundamento, orientação ou limite. Além do mais, esse Super-Estado teria direito de ingerência em cada nação do mundo, fazendo de tudo para impor as suas novas "normas éticas", pelo sistema de forçar os Estados – alegando exigências e praxe do direito internacional: mediante sanções, ou exercendo coação com ameaças comerciais, etc.– a assinar acordos, a subscrever declarações de princípios, a aceitar "Cartas de princípios" diversas, que sacramentem os novos "valores".

"A globalização – diz o Pe. Schooyans, expondo essa nova posição da ONU – deve ser reinterpretada à luz de uma nova visão do mundo e do lugar do homem no mundo". Essa nova visão apresenta uma perspectiva totalmente materialista do ser humano, que seria apenas "um avatar da evolução da matéria" [o que significa que fica eliminado um Deus Criador, que tenha querido e criado o homem, que lhe tenha dado um sentido e uma finalidade, uma missão na terra, e uma Lei pela qual se guiar para um destino eterno]; a vida humana não passaria de uma conjunção cega de acasos da matéria, que veio a se tornar consciente sobre si mesma e sobre a sua caducidade, pois seria apenas destinada a "desaparecer na Mãe-Terra, de onde nasceu". [prestem atenção: "Terra"="Gaia": uma palavra-chave da nova divindade da New Age]

2.4 Expressão deste pensamento dos que manipulam os cordéis da ONU e de seus organismos é a Carta da Terra, que a ONU vem preparando há tempo (pode ser achada na Internet), com o intuito de que suplante a antiga Declaração dos Direitos do Homem e jogue no cesto do lixo, como obsoleto, o próprio Decálogo, os Dez Mandamentos: "Formaremos uma sociedade global para cuidarmos da Terra e cuidarmos uns dos outros... Precisamos com urgência de uma visão compartilhada a respeito dos valores de base" .Gravem bem que hoje essas pessoas estão mudando radicalmente o sentido da palavra "valor": nenhum "valor" é considerado permanente, "valor" só significaria o que "a maioria valoriza" (vejam a passagem de algo objetivo – um valor ou princípio permanentemente válido – ao puro subjetivismo do que "agora" a maioria deseja, e por isso lhe dá "valor"): se o novo valor é a maconha, será a maconha; se é o aborto, o aborto; se é o casamento homossexual, o casamento homossexual, etc; e, então, seria um "contra-valor" condenável tudo o que se opusesse à mentalidade dominante em certo momento histórico: por exemplo, seria um crime "moral" intolerável valorizar a família, se os novos "valores" a desprezam e substituem pelas uniões mais bizarras. Querem criar, pois, chegando a um acordo de interesses, novos "valores de base", que – como dizem – ofereçam um fundamento ético (?!) à comunidade mundial emergente...".

2.5 Comenta ainda Schooyans que, para alcançar essa visão holística [totalitária] do globalismo, alguns "obstáculos" devem ser aplainados. "As religiões em geral, em primeiro lugar a religião católica, figuram entre os obstáculos que se devem neutralizar". Com este objetivo, em setembro de 2000 foi organizada a Cúpula de líderes espirituais e religiosos, a fim de lançar a "Iniciativa Unida das Religiões", fortemente influenciada pela New Age, e que visa, em último termo, a criação de uma nova religião mundial única, o que implicaria imediatamente a proibição de que qualquer outra religião fosse missionária, fizesse proselitismo. (Poucos sabem que foi por ocasião dessa reunião que a Congregação para a Doutrina da Fé publicou a Instrução Dominus Iesus: e é significativo que os mesmos "teólogos" que aderiram há anos de corpo e alma ao marxismo, quando o comunismo estava na crista histórica da onda, agora estejam aderindo à New Age e a toda essa mentalidade de pseudoecumenismo nebuloso e antidogmático, crivando de críticas ásperas o Papa, o Card. Ratzinger, etc., por ter publicado esse documento).

2.6. Ainda em 2000, Kofi Annan propugnava um Pacto Mundial ("Global Compact"), que angariaria o apoio moral e financeiro de entidades privadas (já o recebeu da Shell, CNN, Bill Gates, etc.). Tudo isso se encaminha para desativar e substituir a Declaração de 1948. Em 1948 desejava-se que a ordem mundial se fundasse sobre verdades, sobre princípios indiscutíveis, reconhecidos por todos e promovidos pelas legislações dos estados (na realidade, eram os princípios básicos imutáveis da lei natural); agora – como já víamos – só se fala em valores, absolutamente relativos, e dominados pelo egoísmo de um mundo agnóstico, relativista e hedonista.

2.7 Segundo essa nova visão da ONU, "o homem – comenta Schooyans – , por ser pura matéria, é definitivamente incapaz de dizer seja lá o que for de verdadeiro sobre ele mesmo ou sobre o sentido da vida. Fica, assim, reduzido ao agnosticismo de princípios, ao ceticismo e ao relativismo moral. Os porquês não tem sentido; só importam os como". O que "se pode fazer" em matéria ética ("posso", "não posso"), sempre significou o que era lícito ou não perante a lei de Deus, perante os princípios morais intocáveis; agora, pelo contrário, quer dizer "o que se pode fazer tecnicamente" (p.e., clonar, manipular embriões humanos para obter soluções para terceiros, abortar filhos que exigiriam sacrifício dos pais, etc.), ou seja, que se "podem fazer" as maiores aberrações, porque "já há técnica" para isso, bastando para cohonestar essas aberrações que se consiga o consenso dos que manipulam como proprietários – pelo poder da mídia, da política e, sobretuso, do dinheiro – os organismos internacionais e a opinião pública.
Dentro dessa visão, é natural que se propugne que, de agora em diante, os direitos do homem sejam apenas o resultado de procedimentos consensuais. Não sendo capazes de verdades, devemos só entrar em acordos e decidir. Será justo o que for aprovado por maioria. Esses procedimentos consensuais serão, logicamente, mutáveis, poderão ser mudados e redefinidos ilimitadamente. Daqui em diante, qualquer coisa poderá ser apresentada [e imposta, até coercitivamente, como exigência do direito internacional] como "novo direito" do homem: direito a uniões sexuais diversas, ao repúdio, aos lares monoparentais, à eutanásia, ao infanticídio, à eliminação dos deficientes físicos, às manipulações genéticas com fetos ou inválidos, etc. Estamos presenciando a tentativa de fazer triunfar a "vontade de poder" de Nietzsche; e parece que ninguém repara que essa multidão "neo-liberal" e "iluminista" [que faz "paradas" enormes] tem como "precursor" – eu diria, já, como "padroeiro", nada menos que Adolf Hitler.

2.8 Nas assembléias internacionais, os funcionários da ONU tudo fazem para chegar ao "consenso" que já foi definido previamente por eles nos documentos preparatórios. Uma vez conseguido esse consenso (mesmo que seja, como já aconteceu mais de uma vez, "modificando" depois nos gabinetes as conclusões aprovadas), ele é invocado para fazer com que se adotem convenções internacionais, que deverão adquirir força de lei nos Estados que as ratifiquem (e se não o fazem, serão mal vistos na comunidade internacional, além de sofrer as sanções de que falávamos). Todos, indivíduos ou Estados, deverão obedecer à norma fundamental surgida da vontade daqueles que definem o direito internacional. Esse direito internacional puramente positivo, livre de toda a referência à Declaração de 1948, será (já está sendo) o instrumento utilizado pela ONU para impor ao mundo a visão da globalização que lhe permita colocar-se como Super-Estado". É patente que por esse caminho já está andando a União Européia. Assim, a própria ONU "entronizaria o pensamento único, holístico" (uma autêntica ditadura ideológica, que eliminaria o pluralismo e a tão badalada tolerância dos neo-liberais..., e qualificaria de "intolerantes inaceitáveis", que devem ser banidos da vida publica – como já está acontecendo – os que, simplesmente, tivessem convicções diferentes dos "valores" deles). Este é o resumo, glosado, do artigo de Schooyans.

Depois disso, por favor, caros seminaristas, não leiam superficialmente as notícias, artigos, editoriais e ensaios de jornais e revistas, e as opiniões de filósofos, sociólogos ou teólogos "holísticos" sobre problemas éticos de candente atualidade. A partir de agora, prestem mais atenção ao noticiário internacional, às referências a congressos vinculados à ONU, a algumas declarações ou documentos muito badalados de organismos internacionais, etc. Vocês vão começar a "ver", surpreendidos, muitas coisas que antes não percebiam, e vão calibrar a carga destrutiva da fé e da moral cristã que idéias ou programas aparentemente inocentes e até poéticos (temas ecológicos, p.e.) carregam muitas vezes no seu bojo.


3. A coragem e a fidelidade do Magistério autêntico da Igreja


3.1 Lembremo-nos de que essa problemática moral – com idéias relativistas análogas às que acabamos de considerar – já existia nos tempos da crise do pós-Concílio, e que explodiu após a Humanae Vitae, com o bombardeio de críticas e revisões de teólogos inconformados, e continua a ser pensamento dominante em muitos ambientes eclesiásticos (unido ao falso ecumenismo, às tentativas de acabar com o verdadeiro sentido das "Missões", à revolução "permanente" da teologia moral, à visão relativista e historicista do mundo e da Igreja próprias da teologia da libertação, às novas escolas de teologia moral, como o conseqüencialismo, o proporcionalismo, a doutrina da opção fundamental, etc.).

3.2 À vista dessa realidade, ganha especial relevo o esforço ingente, lúcido e corajoso, do Santo Padre e dos seus colaboradores mais fiéis, por defender, aprofundar, insistir, expor com a máxima clareza as verdades da fé e da moral cristã, ainda que suscitem críticas, ódios e hostilidades nos ambientes laicistas e em muitos ambientes eclesiásticos.

3.3 Mas o Sucessor de Pedro não pode fechar os olhos para uma realidade: o relativismo, o subjetivismo e, em boa parte o hedonismo, passaram a dominar amplos setores da teologia moral católica (que de católica já só prece conservar o nome), e faz anos que estão causando enorme desorientação e dano moral e espiritual no clero – mal formado – e nos fiéis.

3.4 Não é possível, nesta palestra – que já está longa demais – deter-nos no estudo detalhado desta problemática, que é abordada em profundidade na Parte III do Catecismo da Igreja Católica e, especialmente, nas Encíclicas Veritatis Splendor e Evangelium Vitae. Baste, por ora, frisar a valente insistência do Magistério pontifício no tema dos atos "intrinsecamente maus", que nenhuma finalidade boa, nenhum "teleologismo", nenhum cálculo de valores positivos e negativos, feito nos parâmetros do "proporcionalismo" e do "conseqüencialismo" ou da "opção fundamental" podem justificar e tornar bons ou moralmente inócuos.
"Os preceitos morais negativos (da Lei de Deus) – lemos na Encíclica Evangelium Vitae, n. 75 –, isto é, aqueles que declaram moralmente inaceitável a escolha de determinada ação, têm um valor absoluto para a liberdade humana: valem sempre e em todas as circunstâncias sem exceção. Indicam que a escolha de determinado comportamento é radicalmente incompatível com o amor de Deus e com a dignidade da pessoa humana, criada à sua imagem [...]". “Já neste sentido, os preceitos morais negativos têm uma função positiva importantíssima: o «não» que exigem incondicionalmente aponta o limite intransponível abaixo do qual o homem livre não pode descer, e simultaneamente indica o mínimo que ele deve respeitar e do qual deve partir para pronunciar inumeráveis «sins», capazes de cobrir progressivamente todo o horizonte do bem, em cada um dos seus âmbitos”.

3.5 Há atos que a tradição da Igreja chama "intrinsecamente maus", que,como diz também a Veritatis Splendor (n. 80), "são maus sempre e por si mesmos, ou seja, pelo próprio objeto, independentemente das posteriores intenções de quem age e das circunstâncias". A Encíclica cita, a seguir, o Concílio Vaticano II que, na Gaudium et spes (n. 27) exemplifica, e fala que são atos desse tipo "tudo quanto se opõe à vida , como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana... ; as condições degradantes de trabalho... Todas estas coisas ofendem gravemente o Criador".

3.6 A moral proporcionalista, conseqüencialista, de atitudes, de opção fundamental, etc, admite que muitos desses atos possam ser lícitos num contexto determinado, em que – no balanço de "bens" – prevaleçam valores julgados superiores (quase sempre com critérios racionais apenas técnicos, utilitarista e humano, não sobrenaturais). Isto, por mais sutis e complicados que sejam esses autores ao defender-se das críticas, é a porta escancarada ao relativismo total, e não estranha que leve a posições análogas, se não iguais, às posições dos organismos materialistas da ONU de que acima falávamos. Sem pretendê-lo (é preciso pensar assim), esses teólogos e professores de seminário se alinham nas mesmas fileiras dos que se propõem acabar com a Igreja Católica.

3.7 Por isso, impõe-se, como um dever grave, aos seminaristas e aos padres (e, logicamente, aos bispos, aos teólogos, aos reitores e professores de seminários, etc.) procurar os fundamentos e as respostas às questões morais contemporâneas nas fontes da Verdade, e concretamente:

3.8 A) na Sagrada Escritura, especialmente no Novo Testamento, tendo presentes as palavras claríssimas de Cristo: "Não penseis que vim revogar a lei e os profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento" (Mt 5, 17). Não é por acaso que, tanto o Catecismo da Igreja, como a Veritatis Splendor, para focalizar a Moral com ótica plenamente cristã, tomem como ponto de partida o diálogo de Cristo com o jovem rico: – "Que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?". E a resposta de Cristo: "...se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos". – "Quais?" . A resposta imediata de Jesus é uma remissão aos Dez Mandamentos, válidos em toda a época e em todo o lugar – "Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe; e ainda, amarás a teu próximo como a ti mesmo" (Mt 19, 16 ss).

Esse ensinamento, taxativo e básico – a primeira exigência moral que Cristo indica (pois o cume é a caridade) – , prova que outras palavras de Cristo e dos Apóstolos sobre pecados diretamente relacionados com os Dez Mandamentos não são circunstanciais, nem "pré-morais", nem relativas a uma determinada cultura, a um ambiente histórico ou a uma mentalidade de outras eras, mas verdades permanentes, que exprimem a Vontade de Deus, que é o bem e a salvação do homem.

Exemplos: "O que sai do homem, é isso que o torna impuro. Com efeito, é de dentro, do coração dos homens, que saem as intenções malignas: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades, fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, insensatez. Todas essas coisas saem de dentro do homem e o tornam impuro" (Mc 7, 21-23).

"Não vos iludais: nem os impudicos [excelentes exegetas incluem entre esses pecados a masturbação], nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos possuirão o Reino de Deus" (1 Cor 6, 9-10).

Ver também, Rom 1, 24-32, talvez as palavras mais enérgicas e fortes do Novo Testamento sobre a Moral.

É natural que, de acordo com a Revelação divina, a Igreja (fiel ao Evangelho, e imunizada pelo Espírito Santo contra a falsidade das ideologias), diga, no n. 1968 do Catecismo da Igreja Católica: "A Lei evangélica dá pleno cumprimento aos mandamentos da Lei. O Sermão do Senhor [Sermão da montanha], longe de abolir ou desvalorizar as prescrições morais da Lei Antiga, delas haure virtualidades ocultas, faz surgir novas exigências e revela sua verdade divina e humana".

3.10 Em suma, depois dessas considerações, parece-me que vale a pena que gravemos na nossa alma a imensa responsabilidade que os seminaristas (e os sacerdotes, na sua formação permanente) têm – temos – de aprofundar incansavelmente nos ensinamentos do Magistério autêntico e universal da Igreja. Num mundo confuso, em que parece dominar cada vez mais o "Pai da mentira" (releia-se Jo 8, 44 ss.), numa época histórica em que são tão extensos os âmbitos eclesiais confusos, desgarrados da comunhão doutrinal com a Cabeça visível da Igreja e difusores de erros; num mundo, enfim, materializado e doente de hedonismo e consumismo, em que é tão fácil "dobrar o joelho diante de Baal" (da opinião pública, das ideologias e "valores" da moda, dos erros "prestigiados" pela mídia), os que têm o privilégio divino de serem chamados para servir como "instrumentos vivos" a Cristo e à Igreja, sendo "luz do mundo" e espelho do Evangelho, têm que se esforçar (heroicamente, se for preciso) para manter um estudo contínuo, cada vez mais profundo, da Verdade, bebendo-a abundantemente nas suas fontes limpas, garantidas pela chancela do Magistério autêntico e universal, e, por isso, pelo "selo de garantia" do Espírito Santo. Convençamo-nos de que disso, sem exagero, depende em boa parte o bem do mundo, o bem futuro da Igreja e da humanidade.

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São Pio de Pietrelcina